27 de outubro de 2013

A Cruz: O Símbolo Perdido

    A Cruz é um símbolo historicamente e mundialmente conhecido e mesmo reconhecido.
Infelizmente para alguns, como os judeus por exemplo, a Cruz fala de perseguição, violência e um ódio feroz, pois ao longo da Idade Média foi fazendo uso da Cruz como símbolo que a Igreja Católica declarou e executou perseguição aos "assassinos de Cristo".  Não apenas os judeus, mas diversificados povos ao longo de toda a Idade Média ( Século V-XV d.C) sentiu a fúria implacável dos Tribunais da Inquisição e da Ordem dos "Cavaleiros de Cristo" (Os Templários) hasteando o estandarte da Cruz. Fato é que a Cruz para muitos é sinônimo de ódio e terror implacáveis. Entretanto a Cruz é um símbolo que prefigura grande parte das Escrituras Sagradas, especificamente o que denominamos de Novo Testamento. Vale lembrar que a Vida dos Cristãos começa exatamente na Morte do Cristo na Cruz, se o cordeiro veterotestamentário era imolado em um altar de pedra, o Cordeiro de Deus (Jo. 1.28) foi sacrificado numa Cruz de madeira. Sabiamente foi posto por alguém em dias contemporâneos: "É do sangue de Jesus Cristo na Cruz que nasce a comunidade dos Cristãos". É verdade que "maldito seria aquele que fosse pendurado em um madeiro" (Gl. 3.13), mas maldito não era o madeiro em si, mas sim aquele que nele fosse pregado, que antítese colossal! O Bendito foi feito maldito por nós e é exatamente da maldição do madeiro que jorra a benção de Deus para as nações, porque se não houvesse Cruz, certamente não haveria o Domingo glorioso da ressurreição (Mc.16). Alguns cristãos e mesmo Igrejas ignoram ou mesmo rejeitam o símbolo da Cruz, temos liberdade em Cristo (Gl. 5), mas acredito que nosso caminho e o da Cruz estão entrelaçados para sempre, aliás que outra mensagem mais sublime a Cruz transmite senão o homem perdido na sua direção morta e vazia na horizontal quando é atravessado pelo amor e misericórdia de Deus que fluem da Divina direção vertical, de cima para baixo alcançado a nós outros pequenos e frágeis pecadores!

     A Cruz é mesmo o símbolo perdido. Perdido porque nós mesmos nos perdemos. Esquecemos que ninguém pode ser verdadeiro discípulo sem que antes "Tome sua Cruz e siga-me!" (Lc. 9.23). É isto mesmo que o Mestre disse, ou estamos equivocados: O Discipulado começa com a Cruz! Porque a Cruz? Muito simples, para o judeu daquele época a Cruz só tinha um significado: Morte! Mas a sublime revelação é esta: Ninguém pode viver a vida de Deus sem antes morrer pra si mesmo! Paulo entendeu bem isto e declarou:

   "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl. 2.20)

    Repensemos nossa profissão de fé. Talvez antes de buscarmos avançar para o que está adiante (Fl.3.11-13) devamos retroceder a um passado tão distante, exatamente a dois mil anos atrás e nos ajoelharmos a sombra da Cruz, semeando lágrimas de arrependimento para gerarmos frutos dignos de arrependimentos (Mt.3-5-8). E a partir da Cruz podermos com sinceridade declarar como o dogma maior da nossa Fé:

"Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." (Gl. 6.14)

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